A ARTE DA
AURICULOTERAPIA FRANCESA
foi desenvolvida na década de 1950 pelo médico francês Paul Nogier. Nascido em 1908 na cidade de Lyon, França, identificou o sistema reflexo em que o corpo humano é representado de cabeça para baixo, na orelha. Chamou esse método, com pontos reflexos utilizados para diagnóstico e tratamento, de Auriculoterapia.
Através dos textos de Georges Soulié de Morant, Paul Nogier familiazrizou-se com a técnica da Acupuntura e também interessou-se pela Homeopatia, obtendo sucesso em seus tratamentos combinando a acupuntura e a homeopatia com o tratamento da medicina ocidental.
Interessado em compreender como os pontos de acupuntura agiam e em sua natureza, junto com seu irmão, Nogier desenvolveu detectores elétricos de pontos de acupuntura com a finalidade de melhor examinar e medir esses pontos.
O seu interesse pelo tratamento auricular aumento após perceber que vários de seus pacientes apresentavam cicatrizes em uma determinada parte da orelha. Madame Barrin era a mulher com quem essas pessoas tinham realizado o procedimento de “queimar a orelha” para tratamento de dor do nervo ciático. Nogier pôde acompanhar o tal procedimento junto com Madame Barrin.
O procedimento consistia em colocar um instrumento de de ferro com um orifício oval que era colocado em um local específico da anti-hélice e, em egudia, um ferro em brasa era colocado no orifício deixando uma queimadura no local. Segundo Madame Barrin, ela aprendeu o procedimento com seu pai que aprendeu com um chinês.
Nogier começou a tratar seus pacientes com o método e obter bons resultados no tratamento de ciática e relacionou esse ponto com a região da coluna lombar, ou seja, ponto reflexo da região lombar na orelha. Mais tarde, começou a utilizar agulhas de acupuntura para estimular essa área na orelha e observou que também tinha resultados satisfatórios, iniciando a acupuntura auricular na Europa.
Partindo do princípio de que existia um ponto específico na orelha para o tratamento da dor ciática, Nogier supôs que deveria existir outros pontos reflexos na orelha que poderia fazer referência à outras partes do corpo. A partir de então, Nogier examinava as orelhas de seus pacientes com um instrumento com molas na tentativa de encontrar pontos doloridos nas orelhas destes.
Comparando a dor do paciente e marcando estes pontos em um mapa auricular, observou a relação da dor com a região relatada pelos pacientes, descobrindo um padrão.
Esse padrão mostrava que, se um paciente apresentasse uma dor no cotovelo, um ponto dolorido estaria presente em uma região da fossa escafóide da orelha. Ao ser estimulado com uma agulha, a dor diminuiria. Caso a pessoa apresentasse algum problema intestinal, por exemplo um quadro de constipação, um ponto dolorido era observado na concha cimba da orelha do paciente. Ao ser estimulado, notava-se uma melhora na função instestinal.
Inicialmente, Nogier tratava apenas dores na coluna e no membros superiores e inferiores. A partir do mapeamento desses pontos na orelha, Nogier notou que essa combinação formava uma imagem de um homem de cabeça para baixo, com o lóbulo representando a cabeça e as conchas, o tórax e abdome.
Após anos de estudo, Nogier entendeu que a orelha tinha uma inervação tripla e que cada uma correspondia a um derivado embriológico, ou seja, endoderma, mesoderma e ectoderma. A partir desses estudos descobriu-se o Reflexo Aurículo-Cardíaco(RAC) e que, mais tarde foi denominado como Sinal Autonômico Vascular(VAS).
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