A ARTE DA AURICULOTERAPIA CHINESA

A auriculoterapia chinesa tem como base teórica pontos localizados na orelha que estão relacionados e influenciam partes e órgãos do corpo, e o estímulo correto desses pontos pode prevenir e tratar condições de saúde, além de aliviar dores.

O termo “auriculoterapia” foi definido na década de 1950, na França, local onde a técnica foi desenvolvida e refinada, significando “tratamento pela orelha”.

Na auriculoterapia chinesa, utiliza-se comumente o termo “acupuntura auricular” para se referir à técnica da escola chinesa, embora também seja chamada de auriculoterapia chinesa para diferenciá-la da escola francesa.

A auriculoterapia chinesa é uma variação da acupuntura sistêmica e possui seu próprio sistema de diagnóstico para definir o tratamento a ser seguido, por meio da observação de sinais e pontos sensíveis na orelha e da escolha do método de estimulação (agulhas de acupuntura, agulhas semipermanentes, calor ou esferas auriculares).

A auriculoterapia chinesa baseia-se em seus próprios princípios e pode ser combinada com a acupuntura sistêmica ou utilizada como tratamento principal.

A orelha é utilizada há milhares de anos pelos chineses, em conjunto com métodos de diagnóstico pelo pulso e pela língua, sendo empregada para o tratamento de condições febris e dores por meio de massagens, queima de pontos ou sangria com agulhas.

Na auriculoterapia chinesa, cada parte ou órgão do corpo possui um ponto reflexo na orelha, que pode ser usado tanto para diagnóstico quanto para tratamento, podendo apresentar dor ou uma coloração diferente da pele do paciente.

Na China Antiga, os pontos auriculares eram utilizados sem uma ordem aparente e não se definia que a orelha estava dividida em partes correspondentes ao corpo. O Huang Di Nei Jing, o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo, descreve que a orelha pode ser utilizada para realizar diagnósticos e que os seis Meridianos Yang têm uma conexão direta com a orelha, enquanto os Meridianos Yin estão indiretamente relacionados por meio dessa conexão.

Por um tempo, a auriculoterapia foi negligenciada na China, assim como a acupuntura. No entanto, a partir de 1949, as Faculdades de Medicina Tradicional Chinesa foram reabertas, e os profissionais formados, conhecidos como “Médicos de Pés Descalços”, popularizaram a auriculoterapia por ser uma técnica rápida, eficaz e de fácil aprendizado.

Além da China, outros povos, como indianos, gregos, egípcios e árabes, também utilizavam a orelha como fonte de diagnóstico e tratamento.

Na década de 1950, o médico francês Paul Nogier aprofundou os estudos sobre auriculoterapia, sendo reconhecido como o “Pai da Auriculoterapia”.

No final da década de 1950, a Equipe de Pesquisa em Acupuntura Auricular do Exército de Nanjing confirmou grande parte dos pontos descritos por Nogier. No entanto, alguns pontos e zonas foram localizados de forma diferente pelos chineses, resultando em dois mapas auriculares distintos: o mapa chinês e o mapa francês.

As abordagens de diagnóstico e terapêutica também diferem entre as escolas chinesa e francesa. Por isso, Nogier optou por chamar a técnica de auriculoterapia, enquanto os chineses preferiram o termo acupuntura auricular.

A acupuntura, incluindo a auricular, tem despertado grande interesse global. Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou um relatório que codificou as partes da orelha e reconheceu a acupuntura auricular como um método válido de diagnóstico e tratamento, listando pontos consensuais quanto à localização e efeito.